sábado, 17 de setembro de 2016

Descolagem iminente


Com as obras que decorrem na escola, neste arranque de ano letivo a prioridade tem estado na montagem e reposição da infraestrutura digital. Rever sistemas, montar e ligar computadores nas salas, repor sistemas dos serviços administrativos imprescindíveis para que os alunos possam usufruir dos espaços escolares, reparar ligações de rede, enfim, um sem número de pequenas e grandes atividades que têm de ser feitas para que a escola acolha os alunos, enquanto decorrem as obras de melhoramento e expansão de salas. Desafiante, cansativo, e em contra-relógio. As actividades das TIC em 3D e do Fab@rts paralisaram, os blogs ficaram em pausa, as impressoras 3D estão paradas, suspendemos demonstrações e workshops, com enorme pena.

Se a aprendizagem é a razão de ser da escola, há todo um conjunto de sistemas invisíveis que têm de funcionar para que esta funcione nas melhores condições. Quando nos envolvemos com as infraestruturas digitais da escola, percebemos o quanto estas são essenciais para que professores e alunos desempenhem os seus papeis. Indo um pouco mais longe, não basta sonhar, postular e montar salas do futuro ou experiências inovadoras. É preciso ter atenção às infraestruturas, as bases que possibilitam voar mais alto.


Ficou quase para o fim, pelo plano de obras. Nestes últimos dias, entre outros afazeres, estamos a reactivar a Sala TIC num novo espaço. Temos de nos habituar a dizer Sala 15... está quase totalmente funcional, e como bónus, temos os tablets do projeto Fab@rts quase todos preparados para modelar em 3D... e apoiar quaisquer outras actividades que os professores se lembrem para lhes dar uso.

Não é ainda o espaço que queremos. É o possível, face aos constrangimentos de uma escola que mesmo com novas salas, continua com uma elevada carga de alunos. As nossas salas (de toda a escola) têm de ser usadas por todas as disciplinas. Não é possível ter um espaço próprio, dedicado apenas às TIC, uma oficina/atelier que nos permitisse explorar os trabalhos curriculares, a impressão 3D, e zonas experimentais de Arduino e Robótica.

Parece um sonho, face às condicionantes que temos, mas é um dos projetos de longo prazo que estamos a desenvolver. Queremos estimular a criação de um espaço na escola, não restrito ou adstrito apenas às TIC, que funcione como atelier e laboratório digital. Espaço que permita a professores de outras disciplinas desenvolver o seu trabalho, facilitando-lhes o acesso a tecnologias digitais que possam potenciar o seu trabalho, contendo também zonas dedicadas à cultura maker, impressão 3D e robótica/electrónica. Este projeto, ainda vago e a precisar de muita reflexão, mistura os conceitos de makerspace e Sala de Aula do Futuro numa perspectiva de uso das TIC não como suporte de aprendizagem mas como ferramenta criativa, permitindo explorar linguagens estéticas que lhe são inerentes e são, na nossa opinião, pouco ou nada explorados em contexto escolar, quer pelas áreas tecnológicas quer pelas artísticas.

É ambicioso, sabemos, querer explorar este cruzamento entre técnica e criatividade. Passo a passo, com muita leitura e reflexão, fazendo evoluir gradualmente as experiências de trabalho com alunos e professores, esperamos conseguir.

Para já, reactivamos a sala TIC. As TIC em 3D estão quase prontas a descolar para mais um ano desafiante.

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