quinta-feira, 5 de junho de 2014

Módulo/Padrão, ou a simplicidade do complexo.


Olha... é a minha estação espacial! E as janelas também fui eu que fiz, disse numa voz espantada e olhar encantado a aluna que esteve encarregue de modelar os elementos exteriores da estação quando arranquei a primeira versão do sistema solar virtual. As alunas que criaram a imagem de fundo também estavam estupefactas. Não tinham acreditado quando na semana anterior lhes tinha dito que ia fazer magia e transformar a imagem criadas por elas numa esfera. A técnica é antiga, chama-se skybox e baseia-se em renderizar imagens de acordo com as projecções interiores de um cubo.


Este projecto está a chegar ao fim e agora resta o trabalho de aglomerar o que foi criado pelos alunos num mundo virtual coerente. Não é tão complicado quanto parece. O problema foi decomposto em segmentos e cada um teve a seu cargo criar um dos elementos do trabalho - planetas, naves espaciais, cenário, elementos decorativos e informações.


Agora resta montar. Comecei pela estação espacial, criada pela Clara e pela Carolina, duas alunas que se distinguiram pela capacidade de modelar em 3D no Sketchup. Novamente, a lógica de trabalho é a de decompor a forma global nas suas partes constituintes e trabalhar os elementos nucleares. Traduzindo: se prestarem atenção a estação é descrita por algumas formas simples - cilindros, cones truncados, paralelepípedos e esferas transformadas em cúpulas. Basta trabalhar com cuidado um dos elementos e depois utilizar uma aproximação modular. Com os elementos certos e operações de duplicação/referência podemos criar intricadas estruturas complexas com muito pouco trabalho de modelação. Ou, mudando das TIC para as matemáticas, pavimentando. Ou, mudando para as artes visuais, utilizar o princípio elementar de repetição do módulo-padrão.

Escrevi duplicação/referência porque são duas técnicas diferentes. A primeira duplica a mesh, com aumento do tamanho final do ficheiro, a segunda é mais elegante e muito utilizada no trabalho em VRML. Gera uma referência que indica que na coordenada definida é renderizado um objecto igual ao escolhido. Permite tornar mais complexo o modelo sem gerar meshes adicionais.


Os módulos do exterior foram modelados pela Clara, os do interior pela Carolina, que se concentrou muito a recriar elementos de um painel de controlo mas não conseguiu dominar a tempo a técnica de modelação por revolução no Sketchup para criar objectos mais ogivados. Ah, então é assim que o follow me funciona, disse quando percebeu como utilizar um círculo e uma linha de contorno para gerar uma forma por revolução.


O que falta fazer? Os planetas estão texturizados e animados na rotação. É preciso inseri-los e animar a translação à volta do sol. Depois, pegar nos Bilhetes de Identidade dos planetas e transformar em imagem para aplicar como textura nos ecrãs dos computadores modelados por dois alunos que nos vão dar informações sobre o sistema solar. Aqui talvez opte por gifs animados, para diminuir o número de objectos. Espalhar uns asteróides, mas ainda vou perguntar aos alunos se querem que andem em rotas de colisão planetária. E deixar a reprodução do Sputnik criada por outro aluno. Acho que ainda haverá um vai-vem espacial, mas será a última coisa a colocar no mundo virtual.

(Se calhar já estava na hora de trocar a expressão "bilhete de identidade" por cartão do cidadão... mas não soa ao mesmo.) (Este stor é mesmo g33k. Com tanta coisa por onde começar pega logo pela estação espacial. Nunca mais aprende. Nem aprenderá.)

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