sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Dia de...


E hoje foi dia de... aprofundar conhecimentos de 3D com o 7.º ano. O objectivo era perceber como podemos transpor objectos criados num programa para tratamento noutro através da exportação e importação de ficheiros em formatos comuns. De caminho ainda ficaram a conhecer mundos virtuais, avatares e como criar pequenos filmes de animação


Especificamente, os alunos foram desafiados a criar objectos em DogaL3 para posterior tratamento de texturização criação de cenas no Bryce. E já estão a surgir umas ideias promissoras.


O próximo passo é começar a definir projectos de final de semestre. Estou curioso com as propostas que estes alunos terão.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Animação, anatomia e gosto pela criação

sofia from aevp on Sketchfab.

Aproxima-se o final do 1.º período e com ele da fase de aprendizagem elementar de aplicações que possibilitarão aos alunos o elaborar dos seus projectos finais. Numa das turmas fugi um pouco à metodologia estabelecida e lancei-lhes um desafio: criar colaborativamente um ambiente virtual tridimensional, embora mantendo a liberdade de cada aluno apresentar propostas individuais.


Em discussão surgiu a ideia de criar um espaço recorrendo a elementos no Sketchup e no Doga (e também Bryce, mas ainda não lhes disse isso) e, como me disseram, NPCs espalhados pelo "jogo" (NPCs - non player characters, são os personagens de jogo com scripts automatizados que interagem com os jogadores). Foi um bom ponto de partida para os introduzir à manipulação e animação de modelos humanóides com o Avatar Studio. Este é um programa antigo mas de fácil utilização e surpreendentemente poderoso para criação de avatares personalizados em VRML


Não é preciso muito tempo para que os alunos comecem a manipular proporções corporais e adereços. É a animação de movimentos o que mais os interessa, depois de passarem a pouco cómoda fase em que se apercebem que estão a trabalhar com modelos anatomicamente correctos de figuras masculinas e femininas.


Para terminar, a surpresa. Há alunos que dão nas vistas pelo seu comportamento, outros que atraem a atenção pelas perguntas que fazem e solicitações para ir um pouco mais além. E depois temos outros que se sentam frente ao computador, vão trabalhando em silêncio com um sorriso nos lábios, ajudando pontualmente os colegas do lado. Dá-se por eles de relance enquanto se acompanha os trabalhos, pensa-se olha que estão ali coisas giras, mas os restantes pedem ajuda ou sugestões e acabamos por esquecer estes mais discretos. Mais tarde ao fazer a ronda regular pelas pastas partilhadas no servidor olhamos com olhos de ver para o trabalho destes cuidadosos alunos e o queixo cai. Vemos interesse, criatividade, gosto e uma dedicação ao aperfeiçoamento de trabalhos de iniciação que geram resultados visualmente atraentes. É o caso da simpática aluna que criou este avatar luminoso e que tem consistentemente feito trabalhos que mostram talentos latentes e um gosto pelo processo criativo.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Atrevimentos e pensamentos palpáveis



Vão ter de me perdoar pela simplicidade destes projectos incompletos. São registos de um primeiro passo, quer meu quer dos alunos, e surpreenderam-me pela facilidade com que estes depressa ultrapassaram o pouco que lhes podia ensinar. Atingiram aquele que é o meu principal objectivo: criar, com autonomia, em meios digitais.


São jogos, baseados numa experiência que fiz em formação e que levei directamente para a sala de aula. Fiquei espantado pela capacidade que a maior parte dos alunos teve em ir mais além do pedido. A ideia era criar uma pista para automóveis mas saiu um pouco de tudo. Labirintos, plataformas, portais, que demonstram a colisão entre criatividade e cultura de jogos. Habituados aos jogos digitais, não foi difícil para a generalidade dos alunos imaginar para além do previsto.


Outra coisa que não cessa de me surpreender é como a utilização do Scratch inverte expectativas. O 3D já permitia uma grande latitude de intervenção mas aqui os limites esbatem-se. Algo que sinto com isto (e corrijam-me se estiver errado) é que não é essencial que o professor conheça a fundo a ferramenta para a poder ensinar. Basta não ter medo, e a simplicidade e modularidade da linguagem conjugadas com a criatividade das crianças e a diversidade de recursos pesquisáveis fazem o resto. Percebi que nesta abordagem o desejável é que cada pergunta dos alunos tenha como resposta não uma receita mas sim nova pergunta. Ou pondo de outra forma, quando nos perguntam como fazer, em vez de dizer como, devolver com um como é que achas que poderia ser? Vamos pensar. Vamos experimentar.

Com o 3D, vídeo e imagem não me atreveria a isto, até porque o nível de complexidade das aplicações obriga a que se tenha conhecimentos de alguma profundidade. Aqui o desafio é desmistificar e abrir espaço
à criação, e conseguindo-se os alunos, como sempre, surpreendem. Mas com o Scratch algo diferente acontece. Posso ficar deslumbrado ao acompanhar os alunos nos seus processos de criação em 3D (e, acreditem, é algo fascinante de ver) mas com o Scratch o pensamento por eles desenvolvido é palpável. Sente-se no ar. Nota-se pelo olhar concentrado, pela forma como pensam em voz alta, pelo tempo que não se dá por passar.


Confesso que hoje me senti ultrapassado pelos meus alunos. Senti que aprenderam para lá do que eu tinha para ensinar. E isso é uma sensação tão, mas tão boa. Percebe-se que se atingiu o principal objectivo, abrindo horizontes. Vou cair num lugar comum. Falamos tanto de como é importante que os alunos ganhem asas e voem, mas neste sistema progressivamente opressivo quantas vezes temos oportunidade de sentir que realmente contribuímos para isso? Cada vez menos, penso honestamente.

O que não significa que abandone o 3D. Outra das alegrias da aula de hoje foi um aluno a propor como seu projecto final um mundo virtual tridimensional. Scratch, 3D e multimédia são as vertentes de abordagem que escolhi numa aproximação ao uso criativo das TIC. Por vezes penso que deveria reduzir a abrangência, mas o que realmente pretendo não é gerar artistas 3D, videógrafos exímios ou criadores de jogos, mas estimular novos horizontes nos meus alunos. Abrir, como dizia uma antiga minha professora de psicologia, gavetinhas mentais. E depois cabe a cada um fazer o que quiser com o que aprendeu. É um direito e necessidade de individualidade.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Alunos Curiosos e Meticulosos.


Coisas surpreendentes que encontro nas pastas de trabalho dos alunos quando faço a avaliação após a aula. Alguns revelam-se surpreendentemente capazes no uso de aplicações 3D. Caso do autor deste robot, criança discreta que mal começa a aula se dedica a criações meticulosas que revelam criatividade, gosto nas tarefas e uma vontade enorme de experimentar.


Neste outro caso o aluno que o realizou passou mais tempo a perguntar-me sobre pontos de vista, posições de camera, reposicionamento de objectos e pontos de luz. O questionar-me era uma forma de pensar em voz alta, testando ideias que ia tendo que vão de encontro a conceitos de iluminação de cenas em 3D.


Hoje terminei uma das aulas com uma demonstração rápida de importação de objectos em Bryce, com um em formtado .obj descarregado de um repositório online e outro em .dxf criado no momento em Doga. Era um cheirinho da próxima aula, mas um dos alunos insistiu em aplicar no trabalho de hoje, introdutório ao 3D em Bryce, uma das suas criações em Doga. Quando viu o objecto difuso no ecrã percebeu o porquê de ser má ideia utilizar pores-do-sol como ambiência de cena. Mas tudo bem. Logo a seguir percebeu o poder dos pontos de iluminação.


Para terminar, o aluno que deslumbra a criar robots hoje passou a aula a construir um sistema solar. Nada mau para a primeira vez que utiliza esta aplicação. Resta saber se os planetas estão na sequência certa...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Bel Geddes


Não sei muito bem o que fazer, diz-me o aluno no princípio da aula. Para equilibrar o ritmo de trabalho das diferentes turmas tive de agendar algumas aulas de exploração semi-livre. Não porque acredite muito na uniformização de conteúdos mas facilita o trabalho de preparação e avaliação. Neste momento de exploração cada aluno pode escolher a ferramenta tecnológica que prefere e desenvolver as suas competências de trabalho. Este estava desinspirado mas com vontade de fazer qualquer coisa no jogo Minecraft. Pesquisa imagens, um monumento ou outra coisa, disse-lhe. Lembrando-me que passei o fim de semana rodeado de iconografia fantástica e me recordei particularmente do conto The Gernsback Continuum do William Gibson sugeri olha, e que tal... googla Bel Geddes. Quem foi? Pesquisa... e pesquisou, reclamou que era impossível fazer aqueles carros aerodinâmicos ou aquelas aeronaves gigantescas. Até que descobriu o rádio. Os olhos iluminaram-se, os dedos voaram no rato, o jogo arrancou e o resto da aula foi passado numa sanha construtora de blocos na estética 8bit.


Duas janelas abertas, martelo em riste, mão e cérebro coordenados na recriação. Não ficou terminado... ainda. Na próxima aula há mais. Note-se que este aluno em particular é hiperactivo comprovado e tem sérias dificuldades em manter-se concentrado. Mas é como todos nós. Quando encontramos algo que nos desperta o interesse o resto torna-se secundário.


E é claro que já lancei o desafio de algum me recriar as aeronaves do Bel Geddes em 3D. Hint hint...

domingo, 17 de novembro de 2013

Convencido/Babado/Recompensado


São aquelas pequenas coisas que nos recompensam enormemente e nos fazem sentir que o caminho escolhido vale a pena ser percorrido. É muito recompensador ser contactado por ex-alunos que nos querem mostrar o que estão a fazer com aquilo que nas aulas tentámos dar uma incipiente introdução. Pronto, não é um 3D (awwww :'( ) mas é edição avançada de imagem. Mostra-me que vale a pena insistir num tipo de trabalho diferente, cujos frutos não são imediatos mas podem vir a ter um importante impacto futuro nas ideias e capacidade de trabalho daqueles que são agora meus alunos. Mostrar-lhes agora que são capazes de muito mais do que imaginariam dá-lhes maior diversidade de ferramentas para os seus futuros. Ou então estou muito convencido. Babado é certo que estou...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TIC 8: Scratch(ing)




Para os alunos de 8.º ano chegou a altura de (finalmente) experimentarem o Scratch. Algo que me deixa um pouco nervoso, uma vez que o meu domínio desta vertente das TIC oscila entre nulo e inexistente. Estou muito mais confortável com as imaginação à solta do 3D, manipulação de imagem e edição vídeo, mas estaria a prestar um mau serviço aos alunos se centrasse um currículo bi-semestral apenas num grupo restrito de ferramentas. Os meus objectivos passam por estimular o uso das TIC no desenvolvimento de competências do século XXI como design e criatividade e nestas coisas os gostos individuais contam muito. Alunos que se dêem bem com 3D poderão diminuir o nível de interesse noutras tecnologias, e vice versa, por isso quanto mais abrangente for o leque de tecnologias a experimentar maiores são a diversidade de experiências de aprendizagem e possibilidades de encontrar os pontos de interesse individuais. É por isso que o semestre termina num projecto final individual ou grupal não vinculativo à tecnologia a utilizar. Primeiro, aprender rudimentos que possibilitam domínio elementar e depois aplicar  o que se sabe num projecto com significância pessoal .

Nestas primeiras experiências, noto a facilidade com que os alunos ficam imersos no trabalho, encarando a tarefa como um problema a resolver. Quase se ouvem os mecanismos cerebrais a ranger enquanto o olhar concentrado mistura o intrigado com a resolução de problemas. O tempo voa e nem se dá pelo final das aulas.

Estas capturas de ecrã mostram algumas das primeiras experiências. São os primeiros passos de um longo caminho. Custa assumir que se está a ensinar algo que não se conhece bem, mas que se sabe ser pertinente e concebido para ser soltado entre os alunos.  Para alguém habituado a pensar em termos de design e concepção de produto final, quer seja desenho, modelo 3D ou qualquer outro produto do acto criativo, a abertura do ambiente Scratch é desafiante e um pouco enervante, apesar de sublinhar o melhor do processo criativo: o rabiscar, testar, aprimorar, corrigir, verificar, processo cíclico não linear subjacente ao acto de criação. Pegar numa ferramenta 3D ou multimédia dá à partida uma ideia de objecto final. No Scratch... o leque de possibilidades abre-se. E nestas sessões de Scratch não sei quem é que está a aprender mais: se o professor se os alunos. Estamos todos a dar pequenos passos decisivos. Mas não pensem que o 3D fica de parte. O Scratch é mais uma arma no arsenal de tecnologias criativas.

TIC 7: 3D em Doga





Apesar de ser um programa antigo e descontinuado, o DogaL3 oferece grandes vantagens para introduzir o 3D de forma lúdica e descontraída. A estrutura modular permite aos alunos começar a criar rapidamente formas tridimensionais complexas enquanto o interface de múltiplos pontos de vista obriga a a aprender a pensar em coordenadas cartesianas e controle de diferentes vistas enquanto se modela em 3D. Possibilitando uma enorme diversidade de criações dentro de uma faixa estreita de conteúdos, também é uma boa forma de começar a falar de VRML através da exportação dos modelos neste formato.

TIC 7: 3D em Bryce.




Outro dos passos de aprendizagem de 3D é perceber como criar imagens e vídeos com algum realismo. Para isso utilizamos o Bryce, que não sendo muito complexo simplifica este processo. Apesar das suas muitas virtudes este é um programa bastante limitado dentro do mundo de possibilidades da modelação e animação 3D, mas não deixa de ser útil para se conseguir criar ambientes com realismo e feedback quase em tempo real, o que é muito importante na faixa etária destes alunos. Também é útil para perceber o conceito de importação/exportação e compreender que o que é criado num programa específico pode ser transportado e modificado noutros programas. Sublinhe-se que estes são trabalhos de iniciação e representam os primeiros passos dos alunos na utilização deste programa. Quanto aos planetas no espaço, diria que é influência do professor...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

3D no Sketchfab

Um primeiro trabalho utilizando o Doga L3 para criar modelos de robots.

Um surpreendente primeiro trabalho em Sketchup. É difícil acreditar que esta foi a primeira experiência do aluno com este programa.

Numa segunda experiência os alunos já começam a utilizar recursos mais avançados. Como todos os modelos Sketchfab, basta clicar para visualizar em 3D.

TIC 7: Sketchup





Os alunos de 7.º ano já iniciaram há umas semanas o caminho na aprendizagem de 3D e Multimédia, mas apenas agora consegui ter tempo para processar os primeiros trabalhos e escolher os melhores para partilha. É sempre surpreendente ver a facilidade com que crianças sem experiência prévia nestas aplicações depressa começam a criar objectos com alguma complexidade. Claro que há muitos pequenos erros, arestas a limar e técnicas a aperfeiçoar, mas o primeiro passo - experimentar, está dado.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Scratch (ing)


Espantado com o poder do Scratch. Estamos na primeira aula e fico espantado com a rapidez com que os alunos se interessam. O mais intrigante é a forma como as experiências se tornam problemas a resolver, através de discussão, experiências e partilha de aprendizagens. É uma sensação e tanto ver o olhar intrigado e a expressão de cérebro a cem à hora no rosto dos alunos.